O pole dance há muito tempo que deixou de ser um mero meio de sedução e a roçar o lado pecaminoso e prazeroso da vida, associado à boate e ao strip. Aliás, sempre foi muito mais do que essa ideia mal concebida pela maioria da população.
Além de ser um desporto, é uma modalidade de dança e um mundo por descobrir. Podemos, assim, vê-lo sob diversas perspetivas. Podemos focar-nos na técnica pura e dura (em que o nosso foco é aprender as posições que podemos fazer no varão) e podemos associar isso a um vasto leque de estilos de dança e interpretações.
O pole dance permite-nos não só dançar num estilo mais erótico como também nos deixa absorver completamente no sentimento de interpretações mais emotivas. É um mar de sensações para o público e para quem está em cima do palco.
Para mim, praticante de pole dance, é um universo onde faço questão de ser eu mesmo. Nós somos muita coisa enquanto pessoas. Temos uma bagagem grande por aquilo que já passámos, pela nossa forma de ser e pelos ideais pelos quais lutamos.
No pole dance eu sinto que posso quebrar barreiras, não só pelo que exponho aos outros, mas também pelo desafio constante como o encaro internamente. É tentar estar o mais confortável possível em algo que nos pode deixar desconfortáveis (pelo medo ou falta de confiança, pela dor, pela preocupação em estar o mais "perfeito" possível a nível técnico).
No e com o pole dance eu quero continuar a mostrar que um homem pode dançar; que um homem pode usar saltos ou plataformas, tal como pode estar descalço ou com outro tipo de calçado qualquer, e que posso apelar ao olhar do público com alguma sensualidade, tal como posso agarrar-lhes a visão pela história que estou a contar.
E o que também falta entender, tal como nas artes em geral, é o trabalho todo que desenvolvemos quando ninguém está a ver. No meu caso, é uma luta diária que envolve preparação física, busca de novas ideias, procura de figurinos, de músicas, de intenções, etc. Mas também pode ser meramente uma maneira de me abstrair dos problemas, de me divertir tal como outro hobbie qualquer. É sempre possível ter uma aula para ter uma nova experiência e para desanuviarmos. É uma opção que temos além do ginásio e de outro desporto ou estilo de dança qualquer. Deixo a sugestão no ar: experimentem e depois partilhem o que sentiram.
Se quiserem ver alguns vídeos também o poderão fazer pesquisando:
"Gonçalo Marques, pole dance" no YouTube Ou seguindo-me em: https://www.instagram.com/goncalojmarques/?hl=pt
Autor: Gonçalo Marques
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