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Luta LGBTI+


Stonewall 28 de Junho de 1969 (Nova York, Estados Unidos da América) foi aqui que começou o movimento pelos direitos LGBTI. Há quem refira que foi uma rebelião, eu prefiro pensar que foi apenas o início de um processo, a forma encontrada de exigir respeito e igualdade.

Se hoje em dia a realidade das pessoas LGBTI+ é muito diferente da de 1969 em alguns países, noutros o mesmo não se poderá afirmar. Em 71 países as relações entre pessoas do mesmo sexo são consideradas crime (dados de 2018 segundo a ILGA Internacional), tendo passado a 70 países com a despenalização da homossexualidade em Angola no início de 2019.

Em 1982 a homossexualidade foi descriminalizada em Portugal e apenas em 2004 foi incluída no artigo 13º (Princípio da igualdade) daConstituição a orientação sexual como factor de não discriminação. No entanto há ainda muito a fazer em vários campos nomeadamente na área da saúde e em termos da formação de profissionais, nos mais diversos sectores, que todos os dias lidam com pessoas no sentido de adquirirem sensibilidade nos assuntos LGBTI+.

Nós – pessoas LGBTQIAP+ e pessoas aliadas temos mais em comum do que a separar-nos mas tenhamos atenção: o respeito pela individualidade de cada pessoa é essencial, não devemos menorizar a luta individual, cada percurso é único assim como cada indivíduo por isso não devemos menorizar a dor, a luta, as etapas daqueles que estão “out” (termo que designa as pessoas fora do armário) nem daqueles que não estão. Muitas pessoas dão a cara no dia-a-dia em busca de igualdade para todas e esta normalidade é algo que ainda é muito necessário. Viver sem medos para que todas as pessoas sem excepção possam perceber que ser-se LGBTI+ não é mais nem menos do que ser-se heterossexual.

O que faz falta é educar. Educar quem está à nossa volta a família, colegas na escola, no trabalho, em todos os aspectos da vida porque a vida deve ser vivida na sua plenitude e não é na exclusão do outro, seja por que motivo for, que isso será possível.

Deixo, por fim, uma citação que para mim faz muito sentido de José Saramago da obra “Terra do Pecado” – “…se nós soubéssemos o que é de facto a vida, a sua natureza íntima, a sua finalidade, não teríamos palavras para exprimir a nossa alegria, para exteriorizar o turbilhão de prazer que a simples lembrança de que se é vivo nos traria!”.


Autora: Cláudia Soares





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