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Muito mais que veganismo

Comecei a minha jornada como activista pelos direitos dos animais em janeiro de 2018, mas nessa altura não fazia a mínima ideia de que ia mudar a minha vida. Sou vegan desde 2014 e sempre achei que isso era suficiente para não contribuir para a morte e sofrimento dos animais, mas ao tornar-me activista percebi a importância desta luta, de me tornar activa e de dar a minha voz por todos eles, pois eles não conseguem mostrar-nos que sofrem e não têm como nos pedir para acabar com toda esta crueldade. Desde acções de rua onde converso com pessoas que passam, vigílias à porta de matadouros, feiras e festivais de veganismo, a estar presente em acções onde entramos em explorações de animais (galinhas, porcos, etc.), já foram bastantes as acções em que participei. As suficientes para perceber que os animais vivem em sofrimento constante em todo o lado, e que a compaixão deixa a desejar da parte do ser humano no que diz respeito a espécies diferentes da nossa. Uma das acções que mais me tocou e chocou foi estar presente numa exploração de porcos, na Catalunha, em condições completamente degradantes, onde as mães pouco espaço tinham para se levantar e os seus bebés de poucos dias iam entretanto ser-lhes retirados para serem vendidos como carne. Estas mães são exploradas anos a fio e são completamente infelizes, desrespeitadas e maltratadas. Havia centenas de mães e centenas de porcos bebés de poucos dias, em armazéns sujos, no meio de ar irrespirável e um local onde viviam sem o mínimo de dignidade. Como justificar o consumo de animais, quando não temos de o fazer? Tornei-me vegana pelor amor, pela ética, de forma a conseguir praticar no meu dia-a-dia tudo o que passava pela minha mente. Quando não consegui aceitar mais o que fazia diariamente, quando percebi que apenas comia animais por cultura, gula e/ou por hábito, decidi mudar esses mesmos hábitos. No entanto, rapidamente percebi que o veganismo se estendia muito pra além da ética, estando também directamente relacionado com saúde e sustentabilidade/ambiente. A maior causa de morte no mundo são as doenças cardíacas, que estão ligadas ao consumo de carne e os seus derivados. Sabemos que muitas das doenças que existem, nomeadamente cancros, diabetes, etc., podem ser evitadas se a alimentação também mudar e um dos exemplos muito fáceis de compreender é o facto de apenas os animais conterem colesterol, um problema da grande maioria da população. A nível de saúde, podemos também falar da saúde do planeta, que está literalmente a ser destruído e a primeira causa para isto é o consumo de animais – o desmatamento de florestas para criar pastos para os animais e a plantação de vegetais para os animais (que seria muito menor se os comêssemos directamente, pois não haveria intermédios), o uso de água pela indústria agropecuária, que é maior que em qualquer outra indústria, a emissão de gases de estufa, entre outras. O planeta está a morrer, ouvimos falar de emergência climática e todos nós temos o poder e o dever de reverter esta situação ao mudarmos os nossos hábitos alimentares no dia a dia. Se o podemos fazer, porque não o faremos?


Autora: Anita Costa





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